Há mais de 20 anos, ouvi de um líder que admiro uma frase que nunca mais esqueci: “Não posso ter ao meu lado apenas pessoas que concordam comigo.”
Essa frase voltou à minha cabeça recentemente, numa conversa com um empreendedor inquieto — um cara que está construindo uma empresa fora da curva. Ele me disse, com todas as letras:
“Melhor ter um pacote de remuneração menos atrativo, mas com pessoas com mentalidade de sócio.”
E completou:
“Aqui não é pra ser igual às empresas do mercado. Aqui é pra quem quer construir algo diferente.”
Confesso que esse tipo de conversa me provoca – no bom sentido. Fico pensando: será que o mercado está pronto pra esse modelo? Será que as pessoas estão preparadas para trocar benefícios tradicionais por liberdade de verdade, menos controle, mais autonomia, mais voz nas decisões e um senso real de responsabilidade sobre o que estão ajudando a construir?
Vivemos uma era de transformação no mundo do trabalho. Muito se fala sobre:
- Propósito
- Flexibilidade
- Ambientes menos hierárquicos
- Cultura forte
- Senso de dono
Tudo lindo no discurso. Mas será que isso já chegou na prática? Será que estamos formando profissionais com o perfil de startup? Com pensamento crítico, resiliência e foco em resultado, sem precisar de mil regras ou vigilância?
Porque, no fim das contas, as pessoas trabalham por dinheiro. Mas a pergunta é: até que ponto elas estão dispostas a abrir mão de certos confortos por algo maior?
Esse é o ponto que quero explorar aqui. Não tem resposta pronta. Mas tem uma certeza: as empresas estão mudando. Estão nascendo negócios com menos burocracia, mais confiança, mais liberdade e, consequentemente, com muito mais espaço para pessoas que saibam aproveitar isso.
Só que nem todo mundo está pronto pra esse jogo. E tudo bem. Cada um tem seu momento.
O que precisamos entender é: Quais perfis de profissionais estão preparados para esse tipo de desafio? Será que estamos recrutando com base nos critérios certos? E será que o mercado já valoriza esse modelo de empresa?
Eu, particularmente, acredito que sim. Mas exige um trabalho forte de comunicação, alinhamento e construção de marca empregadora. As pessoas certas existem. Mas elas só vão encontrar as empresas certas se essa cultura for clara, visível e real.
O que mais te atrai numa proposta de trabalho? Você toparia abrir mão de um pacote mais confortável por autonomia real, ambiente leve, liberdade pra agir, protagonismo no negócio?
Me conta nos comentários. Vamos aprofundar esse debate. É por aqui que o futuro está sendo construído.
Por Cristiano Especialista em Gestão de Pessoas, Cultura Organizacional e Recrutamento Estratégico. Apaixonado por montar times certos para empresas com propósito forte.